terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um Pequeno Imprevisto

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Eu quis querer o que o vento não leva


Pra que o vento só levasse que eu não quero

Eu quis amar o que o tempo não muda

Pra que quem eu amo não mudasse nunca



Eu quis prever o futuro

Consertar o passado

Calculando os riscos bem devagar

Ponderado

Perfeitamente equilibrado
(...)






... e nunca mais eu encontrei minha casa.

Herbert Vianna


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domingo, 15 de novembro de 2009

Amigos, Amigos...

Ultimamente tenho conhecido pessoas incríveis...
Amigos que ficarão eternizados na minha vida!

Não são amizades como aquelas da adolescência, que a gente não se desgrudava, passava horas fofocando no telefone e ainda tinha assunto pra mandar bilhetinhos no meio da aula.

São amizades maduras...
daquelas que a gente não precisa ficar falando a todo momento que considera o outro como "amigo"...
São amizades que se cativaram... tanto eu por eles quanto eles por mim...
São pessoas que, em algum aspecto, "combinam" comigo.

Poderei passar anos sem vê-los... mas sei que quando precisar, eles estarão sempre por perto!

Nunca fui uma pessoa de muitos amigos... mas os poucos que tenho cativado são essenciais!

Não vou citar nomes, pois corro o risco de esquecer alguém...
mas cada um sabe a quem me refiro!

Só posso agradecer a Deus por ter colocado vcs na minha vida...
e a vcs, por dividir comigo um pouco das suas alegrias e tristezas e por me ajudar a carregar minhas histórias tb!


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domingo, 18 de outubro de 2009

Fragmento

"... tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aprendi...

Minha vida acaba e recomeça a cada instante.
Aprendi a não depender dos outros para ser feliz.
Eu é que faço o meu momento.
Se quero rir... procuro motivos pra isso...
Se quero ficar um pouco só... me prendo em minha solidão... e volto renovada!

Aprendi com a vida a não me apegar às pessoas que não merecem o meu apego, o meu carinho.
Vivo cada momento como se fosse único e último.
Respeito?
Só a mim mesma e às minhas vontades.




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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ciclos...


É mto difícil eu parar pra assistir tv... mas hj, qdo passei pela casa da minha mãe, pra dar "um cheiro", acabei escutando um diálogo numa das novelas que estão no ar...


Uma mocinha falava sobre o símbolo da serpente.. que também é o símbolo do infinito.


Todo fim tem um começo.


A vida é feita de ciclos...


Estou passando por uma "transição de ciclos"... principalmente no meu trabalho.

Estou atuando em áreas que nunca atuei;

conhecendo pessoas que nunca conheceria, se o meu ciclo anterior não findasse;

aprendendo todos os dias coisas novas, como uma cça!


Ainda não consigo enxergar coisas boas no meu futuro...

mas um saber me consola... e me impulsiona a "continuar"...

... saber que a vida é feita de ciclos...


Ciclos se findam...

ciclos começam...


num destes ciclos minha vontade de viver e amar vai renascer... novinha em folha! Pronta para novos desafios!




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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fé...

Cresci num meio em que as pessoas "acreditam" muito...
tinham muita Fé, em Deus, na vida, ou seja lá o que for...

Talvez por isso hj to me sentindo tão estranha...

Não tenho fé num futuro melhor pra minha vida.
Vou vivendo...
Vou trabalhando, criando meus filhos...

Amor???
Definitivamente não acredito nele!
Depois de várias decepções... perdi o encanto!

O pior é que eu até "gostaria" de acreditar, torcer por um futuro melhor, esperar por uma novo amor... mas pra mim... isso é "piada", "conto de fadas"... Fantasia! Nada além...

espero que seja uma "fase"!

Detesto me sentir assim!

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sábado, 13 de junho de 2009

Amores Descartáveis

às vezes eu páro e fico pensando...
será q nasci na época certa?

não consigo engolir essas "modinhas"...

pessoas se conhecem (na noite, pela internet... ou de qquer outra maneira),
"ficam"... e depois não se conhecem mais...

confesso que já tentei me "adaptar" ao mundo contemporâneo.
saí com pessoas sem trocar telefones,
beijei gente que nem sabia o nome...
e algumas coisitas mais... que é melhor não colocar aqui...

mas... e depois?

depois eu me sentia um "copinho descartável".

De q adiantou beijar, abraçar, transar... se nada ficou?

Longe de mim ser uma "conservadora", pelo contrário... acho que as pessoas têm sim que ter o direito de escolher a hora certa de fazer o que tiver vontade.

sou contra os "prazeres descartáveis".
Sou contra o "peso" na consciência que fica depois de uma noite...

sou contra os relacionamentos que não "acrescentam" nada à minha vida!
Posso sim ter um amigo, beijar na boca dele às vezes, transar com ele se rolar um clima... sem deixar que a "essência" se perca.





Hj eu estou um pouco "revoltada"... acho que foi o clima do "dia dos namorados" que me deixou assim...

Depois eu volto ao normal...

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pessoa certa ...... hora errada

Encontrei a pessoa certa...
no pior momentoq eu poderia ter encontrado.

Nossos corações se comunicam...
nossos pensamentos se misturam...
nossos olhos não mentem.

Mas não é o momento.

Lá vai o meu coração, de novo.... sufocar um sentimento!

Sei q ainda vai "doer" por um tempo...
mas passa...

afinal...
"a dor é inevitável.... o sofrimento é opcional!".

optei por não sofrer.


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sábado, 9 de maio de 2009

Eu...

Como não é surpresa pra muitos, sou fã de uma escritora e poetisa maravilhosa chamada Carine Morandi (Cáh Morandi).
Vi um texto no perfil do Orkut dela e virei mais fã ainda...
Acabei "plageando" (de novo) e fiz um texto bem parecido, mas falando de mim.

Quem é a "Kéli Graziéli"?
Tão difícil expressar... mas acho que coloquei tudo aí no texto....
e acho q vale a pena ler...

Bjão!!!







Meus olhos fecham quando dou risada.
Gosto de vermelho nas unhas e cores claras no rosto. Gosto de cores.
Tenho uma marca de vacina no braço direito.
Quero uma tatuagem nas costas.
Tenho uma vida dura, mas às vezes amanhece leve.
Quase me graduei em Pedagogia, Filosofia e Musicoterapia.
Hj estudo história e, por enquanto... to gostando.
Trabalho na área administrativa.
Amo o q faço e estou feliz com o meu trabalho... mas queria ser "mais".
Canto por prazer! Amo cantar.
Sou multi. Sou pluri.
Acredito em Deus.
Rôo as unhas.
Gosto mais do inverno.
Viajar é comigo mesmo.
Dançar? Estou sempre dentro.
Me considero uma super amiga, daquelas que estão junto para o que der e vier.
Também sou boa filha, boa irmã, boa neta, sobrinha e tenho uma leve desconfiança de que sou boa mãe. Tenho filhos: dois.
Preciso encontrar um grande amor urgentemente.
Preciso até os quarenta, ter uma casa no campo, toda a coleção do Chico Buarque, e decidir o que realmente o quero ser.
Meus cabelos são crespos, às vezes cacheados, às vezes ondulados, às vezes eu também não sei.
Sou louca por sapatos. Gosto de salto alto, salto altíssimo, de rasteirinhas e de tênis.
Amo vestidos.
Sou louca por jeans.
Tem dias que prefiro Marisa Monte, outros que prefiro Alanis.
Sou a pessoa mais eclética que conheço depois do meu pai.
Vivo e morro pela minha família.
Escuto e respeito os mais velhos. Embora se possa aprender muito também com os mais novos.
Acho que sou madura demais para minha idade. Imatura demais para lidar com saudades.
Amo ler e tenho fissura por comprar livros.
Me odeio quando acordo de mal humor.
Sou pontual.
Detalhista.
Intensa.
Sou doce, mas se precisar tenho garras.
Eu oro.
Eu confio primeiro, para depois perceber que realmente foi tempo perdido.
Se Deus me ajudar, devo ganhar na mega sena esse ano.
Dinheiro não é tudo, mas ajuda.
Estou feliz, mas quando não estou, estou pelo menos tentando ser.
Me arrependo de algumas coisas que fiz, mas me arrependeria muito mais se ficasse na dúvida de pensar como seria.
Amo pizza.
Amo cinema.
Amo assistir trezentas vezes o mesmo filme.
Amo passear.
Amo amar.
Amo o dom de amar.
De poder amar.
De dar amor ao mundo das pessoas.
Fico feliz em deixar alguém feliz.
Sinceramente, eu acho que vou longe.
Tenho uma esperança incrível, uma fé inatingível e uma vontade que não me engana.

¤ (Adaptado C.M.)¤


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sábado, 11 de abril de 2009

"Muitas chances numa única chance" - Fabrício Carpinejar

Qualquer coisa que estraga em sua casa, minha mãe chama o Leonel.
Telhados, ar condicionado, piso, rachaduras, ventiladores de teto.
Ele mora na mesma quadra e nunca demora a vir.
Enquanto cimentava a escada do pátio, Leonel levantava altivamente o rosto quando provocava a figura materna.
Atento, gargalhava a cada disparo de afeto.
Ao guardar a pá e o carrinho de mão, confessou: - Minha mãe morreu quando nasci. Vejo vocês e tenho saudade da saudade.
Partilho semelhante inveja.
Quando vou sozinho a um restaurante, não canso de espiar as conversas de casais. Eu me interesso pelos assuntos mais frívolos. Ponho a mão no queixo, o guardanapo nos joelhos e admiro o espetáculo da intimidade. O amor que pode ser amor ali, acontecendo em minha frente entre descrições de trabalho e confissões de meio-dia. O amor ali, camuflado e prosaico, mas devidamente forte para atravessar a morte e prometer vida eterna mesmo que não tenha eternidade depois. Mesmo que um dos dois sequer acredite em Deus.
Há gente que faz o contrário de Leonel. Mata o amor no momento em que ele nasce.
Pois não pensem que todos querem um amor grande. Reclamam, mas não querem. Há gente que diminui o amor de propósito para não sofrer com ele. Elabora uma versão para provar que ele não existiu. Deixam o amor escapar, sumir, desaparecer para não se atrapalhar.
Há gente que até se convence que aquele amor grande não era devidamente grande.

Há gente que pede um amor pequeno, doméstico, que não desestruture seus hábitos. Um amor anão de jardim, um amor de balcão, de pé, rápido. Um amor minúsculo, sem acento, que não rivalize o amor próprio. Que esteja próximo mas não fale alto, que esteja perto mas não influencie, que seja chamado quando se tem vontade e seja desfeito quando não serve mais.
O amor grande não traz uma felicidade constante - é a principal cilada -, traz uma felicidade irregular, intensa, atávica, que voa muito mais alto do que o conforto. Na estabilidade, é fácil sair da felicidade e da tristeza.
No amor, descobrimos o quanto podemos ser felizes, e incomoda ter que buscar mais felicidade. Descobrimos o quanto podemos também ser tristes, e incomoda que não sairemos da tristeza sem que o amor volte. Há gente que não tem esperança para se arrepender. Que sente ciúme de não ter sido assim antes e não se permite não ser mais como antes. Que vai terminar o amor para não se mostrar incompetente. Que prefere adiar o julgamento a se abrir para a verdade. Que não perdoa no momento de se perdoar. Um amor miúdo vai ao psiquiatra de manhã e termina a relação de noite. O amor grande termina com psiquiatra de manhã e se reconcilia à noite. Porque o amor grande é uma insanidade lúcida, nem os melhores amigos entendem, é detratar e se retratar com mais freqüência do que se gostaria.
Amor é o excesso de responsabilidade, de encargo, confiado a quem nos acompanha. Oferecemos o que não conseguimos alcançar. Sempre seremos menores do que ele, já que é o único que cresce na extinção. Minha mãe costuma dizer que casamos quando encontramos uma solidão maior do que a nossa - só assim saímos da própria solidão.

Há gente, sim, que muda de amor para não mudar de opinião, que muda de homem para não mudar sua rotina, que manda onde não vigora poder e dominação. Que culpa o amor por não dar conta dele, que ama já pedindo desculpa por não amar.

O amor grande não é um grande amor.

Há gente, eu conheço, que desperdiça a chance do amor grande porque há apenas uma chance para amar grande. Muitas chances dentro de uma chance. O resto são disfarces, suturas, apoios. Amor grande seria insuportável duas vezes nesta vida.

Ou a gente se apequena para receber esse amor ou permanece se engrandecendo para não aceitá-lo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sumiço...

Sumi por uns dias.....
Eu tenho esse péssimo hábito!

Andava meio "sem tesão"... sabe como é?

Passei uns dias me dedicando totalemente ao trabalho, minha casa e meus filhos...
Estava vivendo uma "paixonite"... nada virtual!
Sabe quando a gente "cansa" dessa vida "digital"???
Queria "sentir" as pessoas...
Queria "viver" coisas (coisas que nem eu mesma sei exatamente o que eram)...

REsultado:
Senti falta dos computadores, dos blogs, dos teclados...... rsrsrs
e voltei!

Vou aproveitar essa minha "aventura longe do mundo virtual" para criar novos posts....

Pretendo comparecer todos os dias daqui pra frente! (A não ser que falte tesão de novo...)

Bjinhos!!!

P.S.: Ah... Assisti mtos filmes e fiquei apaixonada por um deles... vou compartilhar com vcs um video... Vale a pena assistir, viu... (Dreamgirls). Mas só quem curte musicais, se não... nem comece a ver! rs


...



domingo, 15 de fevereiro de 2009

"Ventríloquos" - by Mônica Montone

Às vezes tenho a sensação que uma palavra engole a outra como uma onda engole a outra dentro do mar.
Quando a espuma sobe, nunca sabemos se foi aquela ou a outra que nos fez rodopiar e salgar narinas.
Saudade pode ser ausência de si mesmo. Vergonha, orgulho ferido.Vontade, fome. Mau-humor, sono interrompido.
Mas esquisito, mesmo, é quando poça d’água vira lagoa.
Escritor não é mais quem escreve, mas quem vende livros. Vivo não é mais quem aspira e transpira, mas companhia de telefone. Rico não é quem conhece os próprios abismos, mas quem desfruta sem culpa de seu Visa.
Nosso cérebro de macaco levou centenas de anos para construir a complexa rede de sinapses que hoje nos permite falar, mas será que sabemos realmente falar? Ou somos apenas ventríloquos de ventos internos que desconhecemos?
Quando dizemos que estamos irritados, por exemplo, estamos irritados ou frustrados? Quando estamos frustrados, estamos frustrados ou nos sentindo inadequados?
O que em nós é palavra passível de tradução? Toda palavra, afinal, deve encerrar um significado em si mesma?
E mais, se o pensamento é filho da linguagem e não sabemos falar, então, não sabemos pensar?
Não sabemos falar porque não sabemos pensar, ou não sabemos pensar porque não sabemos falar?
É por essas e por outras que eu prefiro a canção que vaza dos olhos que não vejo quando intuo certas paisagens...

By Mônica Montone

..... ando sem inspiração, preciso resolver algumas situações inacabadas dentro de mim ....

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

... algumas noites são mais escuras do que as outras...

...




O que que eu estou procurando
no vago, aflita, olhando
de canto em canto buscando?
O que?

De noite a lua assiste
que eu fico ainda mais triste
e saio pra rua andando,
procurando... mas... o que?

Talvez se um dia eu achasse
o mundo depressa tirasse
e eu não conseguisse nem ver...
mas... o que?

O que que eu estou procurando
no vago, aflita, olhando
de canto em canto buscando?

O que?


(O que - Maysa)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"(...) fui me enganando sem sentir, (...) sonhando às cegas, sem dormir..."

Qdo era mais nova eu tinha a péssima mania de "acreditar" nas pessoas...
Eu esperava que os outros se entregassem da mesma maneira que eu me entregava...
fosse no trabalho, no amor, na família...
Eu sempre me entreguei de corpo e alma em tudo que fiz...

Depois de mtas decepções, deixei de acreditar e de esperar dos outros o mesmo "senso de responsabilidade". Continuei me entregando em todos os meus "afazeres"... mas fazia tudo sozinha! Não esperava mais a ajuda e nem a companhia de ninguém....

Não sei exatamente pq, mas talvez por auto defesa, não permitia que as pessoas se aproximassem de mim. O meu maior medo era me decepcionar de novo... eu sabia mto bem como era a dor da decepção e queria distância dela...

Depois de mtos anos permiti que uma pessoa se aproximasse de mim...
E acreditei que ele poderia se entregar como eu me entreguei...
Acreditei que ele seria diferente dos outros tantos que tentaram se aproximar de mim...

Hj eu me decepcionei com ele...
E senti novamente a dor que eu não queria sentir. E hj parece que dói mais ainda... além da decepção, me sinto uma idiota... Como fui deixar acontecer de novo???
Amoleci meu coração por uma pessoa que não merecia tal sacrifício...

Meus sentimentos estão todos misturados...
Ao mesmo tempo que me arrependo pelo "amolecimento", me sinto orgulhosa de mim mesma... por ter tido a coragem de me aventurar no amor novamente...

Acho que ainda vai levar um tempo pra saber exatamente as sequelas que essa aventura deixou no meu coração e na minha vida...

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mulheres Possíveis - Por Martha Medeiros

Texto de uma das minhas escritoras favoritas, Martha Medeiros...

deliciem-se:

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou:
Trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo paraos outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja dediscos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga...
Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9001, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir evir.
Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo.
Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.


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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Procurando Palavras...

Tenho procurado palavras pra descrever o momento que estou vivendo.
Nessa "busca" ainda não consegui decifrar o que o meu coração tá sentindo...

Há mto tempo eu queria me apaixonar de novo... sentia falta daquele friozinho na barriga quando o telefone tocava...
Queria, com todas as minhas forças, sentir o verdadeiro prazer de estremecer nos braços de uma pessoa especial...

Acho que esse momento chegou...
Surgiu em minha vida uma pessoa que me faz tremer, só com o olhar...
Cada vez que o meu telefone toca... meu coração quase sai, aos pulos, pela minha boca...
E aquele friozinho na espinha... típico da paixão... tem se manifestado cada vez que eu penso nele...

E agora?
Eu deveria estar bem feliz...
Afinal... era exatamente isso que eu queria!
Queria sentir o meu coração cheio de alegrias de novo...

mas... tenho medo!
Medo de me envolver demais e acabar sofrendo...
Medo de fantasiar coisas que não estão acontecendo...
Medo de alimentar um sentimento que não é recíproco...

Hoje estou mto bem...
Vivendo uma paixão deliciosa...
Mas não consigo deixar de pensar que posso sofrer em função desse sentimento...

Já não tenho mais os mesmos dilemas que tinha antes...
Já não me incomodo mais com as conclusões alheias...
Já não me seguro mais quando tenho vontade de fazer alguma coisa, faço... e pronto!
Mas essa paixão me pegou "de surpresa"...

Como disse uma das minhas escritoras favoritas, Cáh Morandi, em seu blog Um Olhar Pra Sentir:

"(...) Os amores antes de chegar, deviam me enviar cartas avisando com antecedência sua visita em minha vida, ou então um telefonema com ligação a cobrar, ou sinais de fumaça, ou pombos com recados, ou garrafas jogadas no mar. Mas que desse um jeito de me comunicar de sua dolorosa chegada, para que antes eu preparasse o terreno (...)."

A crônica ainda vai longe...
define essa "chegada" do amor de uma maneira bem realista...
E ela finaliza dizendo:

"(...) Agradeço por essa dor permanente de amar, de me ultrapassar: o amor antes de ser um sentimento, é um ato de coragem."

E é exatamente isso que eu preciso "resgatar"... a coragem de amar novamente!

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domingo, 18 de janeiro de 2009

Alingua - Laís Mouriê

Eu sei que era pra ser assim, essa coisa que descompensa e dar prazer.
Amor?
Paixão?
Como as coisas são denominadas, por quem e para que?
Não quero chamar de nenhum nome o que só se sabe sentir...
quero desnecessitar das denominações para que essa coisa rompa os absurdos da linguística, ultrapasse a razão da fonética e te absorva em eflúvios pré-gramaticais.
Beije meu beijo sem nome e sinta meu corpo sem letras.
Porque é assim que quero você: uma coisa, cujo nome, somente minha língua, junto da sua, consegue falar.

Por: Laís Mouriê - Versos de Falópio

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Imprevisibilidades...

Eu não estava preparada pra isso...
Teu olhar me pegou de surpresa...

Até onde posso ir?

Eu sempre tive a certeza de que saberia identificar a paixão quando ela estivesse se aproximando.
não foi bem assim...

Aos poucos, sem que eu percebesse, teus olhos foram tomando conta dos meus...
tua boca já estava marcada na minha...
teu corpo já me causava reações sobre as quais eu não tinha o menor controle.

Agora, quando acordo do deslumbramento...
não sei mais se sou tão "forte" quanto pensava ser,
meus princípios, minhas certezas... já não têm a menor importância...

O que eu quero, o que eu mais desejo...
é estar em teus braços,
é sentir a tua respiração bem perto do meu corpo,
é ouvir vc me dizer baixinho o quão especial eu sou pra vc...

Quero viver essa paixão...
um dia de cada vez...
cada dia como se fosse o último...

Quero viver intensamente;
sentir intensamente as sensações que uma paixão pode causar...

O amanhã não é mais tão importante...
quero viver o hoje...
quero me entregar, como se essa fosse a última noite das nossas vidas.


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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"(...) Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe."

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Ninguém pode calar dentro em mim

essa chama que não vai passar;

é mais forte que eu

e não quero dela me afastar;

Eu não posso explicar quando foi

e como ela veio...

E só digo o que penso

só faço o que gosto

e aquilo que creio.

Se alguém não quiser entender

e falar... pois que fale,

eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe.

E se a alguém interessa saber,

sou bem feliz assim,

muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim.

Resposta - Maysa



domingo, 11 de janeiro de 2009

"(...) Venho reabrir as janelas da vida, e cantar, como jamais cantei, essa felicidade ainda."



Sabe aqueles dias em que a gente acorda apaixonado por si mesmo???


Hoje eu acordei assim...

me achando o máximo!


Parece que tá tudo em perfeita harmonia...

meu corpo, meu cabelo, meu sorriso... tudo!


E é tão bom se sentir assim... amada!

Não amada por outras pessoas...

amada por mim mesma...

eu, a pessoa mais importante nessa minha vida... estou apaixonada por mim mesma...


Sei que esse estado de êxtase não vai durar muito tempo...

talvez amanhã eu já não esteja me sentindo tão maravilhosa assim...

mas valeu por hj...


valeu por tirar fotos na frente do espelho,

comer chocolate e tomar refrigerante à vontade;

caminhar no parque, sabendo que todos estavam me olhando;

dançar, colocar todos os meus medos e problemas pra fora...

cantar..... "(...) cantar, como jamais cantei, essa felicidade ainda."


Hoje, como diz a canção,

"o meu coração (...) é um lago mais tranquilo, onde a dor não tem razão."


sábado, 10 de janeiro de 2009

"... essa noite eu quero ir mais além..."

Não tinha nada a perder...
Fazia muito tempo que não saía com as amigas pra se divertir, ouvir boa música, conversar...

Escolheu aquela roupa que lhe caía bem, pensando nela mesma... sem querer agradar aos outros...
Se maquiou, arrumou os cabelos castanhos e crespos, que adorava...

e saiu... querendo, com todas as forças, que aquela noite fosse diferente...

Quando chegaram ao lugar, procurou ficar bem... (ou, pelo menos, aparentar estar bem)
entre conversas, músicas, latas de refrigerante, coquetéis - nunca foi mto chegada em bebidas alcoolicas, mas resolveu sair um pouco da rotina - pessoas diferentes, etc...

Há muito tempo não acreditava mais na "solicitude genuína" das pessoas...
já não acreditava mais que alguém poderia tratá-la bem sem nenhum interesse;
mas, apesar desse seu ceticismo, correspondeu a todas as gentilezas que lhe foram dirigidas naquela noite...

As horas passaram,
As pessoas se divertiram...

Despediu-se dos amigos e tomou o caminho de casa...

No caminho pensou consigo...
"Que perda de tempo... poderia estar dormindo! Eu não aprendo mesmo!"

Trocou de roupa...
Tirou a maquiagem...
olhou-se refletida no espelho... sentia falta do sorriso que era comum àquele rosto...
Há muito tempo não se permitia mais entregar-se às emoções, aos envolvimentos...

Teria valido a pena?
ou teria sido uma perda de tempo?

Ainda era cedo pra tirar qualquer conclusão...

Naquele momento, ela estava se sentindo ainda mais vazia...
ainda mais distante...

Só o tempo poderá dizer se estas "máscaras" de "mulher feliz e bem sucedida" iriam fazer alguma diferença na sua vida.

Leu mais um capítulo daquele livro que está tentando ler há meses...
e dormiu...
sozinha.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"... o meu olhar vai dar sempre uma festa, amor, na hora em que você chegar."

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Não havia mais o que dizer...
A traição já havia sido confirmada
e a confirmação veio justamente daquela boca que ela amava, daquela boca que, um dia, lhe pediu um beijo...

Pior do que a traição, foi confirmada também, a inexistência da paixão de outrora.
Segundo a expressão do próprio companheiro: a paixão que existia entre eles, havia se transformado em "consideração"...

Consideração?
Essa palavra ressoava na sua mente...
E tudo o que viveram juntos?
E todas a juras de amor eterno que fizeram um ao outro?
E o que seria dos filhos, que não pediram pra vir ao mundo, que não pediram pra fazer parte dessa história fracassada de amor?

Ela tinha de admitir que já não era mais a mesma...
já não era mais a namoradinha perfeita... tornou-se mulher.
E assim como ela mudou,
a paixão entre eles realmente já não era mais a mesma, mas ainda era muito mais do que apenas "consideração".

Depois de muito pensar e conversar, decidiu sair de casa...
Era preferível procurar um outro lugar para viver com seus filhos do que submeter-se à humilhação de ser traída com seu próprio consentimento.

Durante meses ela pediu diariamente a Deus em suas orações
que devolvesse a ela a sua família.

Cansou...

Depois de tanto pedir e não obter resposta... começou a perguntar-se:
"Será que Deus está realmente preocupado comigo?"
"Será que, assim como eu, alguma vez, Ele já olhou aqui pra baixo me procurando?"
...

Aos poucos, ela foi deixando de crer em milagres...
Aos poucos, ela foi endurecendo...

Hj, as pessoas olham pra ela e se admiram. Dizem:
"Como ela é forte, guerreira, heroína... superou tudo e cria os filhos sozinha."

Ela, por fora, sorri com frieza e prefere não responder...
Por dentro, responde somente para si...
"Cansei de pedir e não ter resposta. Cansei de lutar sozinha. Endureci meu coração para não correr o risco de sofrer de novo. Sequei minhas lágrimas sozinha e jurei a mim mesma nunca mais chorar."

Fazer orações? Pedir "coisas" para Deus? Não...
Hj ela duvida até da sua existência.

Só ela sabe o que traz por dentro...

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"... e tudo está tranquilo por aqui."

Detesto esses dias em que me sinto triste.
Fico refletindo sobre tudo o que tenho vivido...

Sinto como se houvesse um "buraco" dentro de mim,
parece que tá faltando uma peça, aquela que vai "revelar" o segredo do quebra cabeça...

tenho vivido em busca dessa peça... 

não acredito que seja um companheiro 
(aliás, discordo completamente dessa idéia de que um outro alguém pode me "completar". Como duas pessoas em pedaços poderão se dar bem??? Acredito que, nos relacionamentos, um COMPLEMENTA o outro... Mas, COMPLETAR, tornar inteiro... cabe a cada um se encontrar).

Mas uma coisa é fato: Essa "pecinha" que está faltando... está me tirando a coragem de me entregar aos sentimentos...
Como já disse, em postagens anteriores, não é que eu não queira viver uma paixão... eu não consigo! 

Eu não consigo confiar nas pessoas...
Eu não consigo dizer sim às coisas que me agradam...
Eu não consigo dizer não àquelas situações que não concordo...
Eu não consigo me entregar às paixões... 

ah... e como é bom estar apaixonada! Não, necessariamente por um homem, mas apaixonada pela vida, pelo trabalho, pela família, pelo cachorro, por uma música...... enfim, apaixonada!

Amo meu trabalho, mas há tempos não sinto paixão ao fazê-lo...
Amo meus filhos mais que tudo... mas não me sinto apaixonada pela maternidade, como me sentia há alguns anos....

Amo muitas coisas...
mas não sinto mais a PAIXÃO.

... acho que é isso que busco...

preciso me permitir...
para, então, me apaixonar novamente....

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domingo, 4 de janeiro de 2009

Casa Abandonada - Cáh Morandi

Ultimamente ando sem inspiração...
Pensamentos tristes andam "rondando" minha cabeça...
Estou me sentindo vazia...

Todos os dias eu leio alguns blogs favoritos... e encontrei esse texto da Cah Morandi... 
que fala sobre esse sentimento de "vazio"... espero que gostem...
(como ando sem inspiração, estou colocando aqui os textos dos meus escritores favoritos... )







"É que agora – aqui dentro – a casa foi ficando meio empoeirada, como se toda essa mobília sentimental não tivesse sendo mais usada, a janela foi deixada aberta e tanto vento foi passando, levando as cores dos retratos e deixando o pó como ressarcimento. Aqui em casa não tem mais conforto, tudo virou incômodo, e às vezes nem em casa eu me sinto. Não tem mais abraço, não tem mais teto para pintar de sonhos toda a noite, nem tapete colorido para deitar no domingo. Tudo daqui foi sumindo, não tem mais ninguém nessa casa, só um eco se espalha quando eu volto e os passos ficam rangendo o assoalho, e fica uma sensação estranha de ver cinza onde tudo foi festa e euforia. Na porta de entrada eu sempre pedia um beijo, até que um dia o beijo foi de despedida."


(Cáh Morandi)


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