segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fragmento

CHEGA UMA HORA QUE VOCÊ DESCOBRE: 

"Quem interessa, quem nunca interessou, quem não interessa mais... E quem ainda vai interessar. Portanto, não se preocupe com quem já fez parte do seu passado; há um motivo para não estarem no seu futuro.


(Ligia Lagos)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Uma nova estação" - por Marla de Queiroz

Sabe quando a gente lê algo que parece ter sido escrito pra gente??

Então... toda vez que passo pelo blog da Marla eu sinto isso...
Parece que ela sabe exatamente o que eu gostaria de escrever...
Estou postando aqui o último texto dela...
Perfeito!
Encaixou perfeitamente no momento que estou vivendo!


Deliciem-se!




"Foi tirando o vestindo sem delicadeza. Despedir-se deveria ser daquele jeito: arrancando de si até o último grão de coragem, sem dramas. Sabia que no sexo, o adeus acende os corpos para incutir na memória a beleza do inesquecível. Por isso deixaram-se reger pela fome de cheiros e jeitos e encaixes. Sugavam ávidos a intimidade que tiveram outrora, quando havia encontro. Mas aquela dança desarmonizava-se tão destituída de alma. Tudo que antes fora abundante no desejo deles, naquele instante era fugitivo. Mesmo sabendo findo, procurou ainda uma fagulha de amor nos olhos dele, examinou aquele corpo em busca de qualquer lugar que ainda não evidenciasse a desistência. Em vão. Não havia mais no toque o contato com a essência. Restava consumir a chama de um resto de afeto na consumação do ato. Naquele enroscamento sem abraço.Aquela seria de fato a última cena.

Inaugurou um novo capítulo: uma garoazinha de tristeza, uma saudade entreaberta, e o vento aborrecido. Sudoeste querendo abraçar tudo. E ela vagueando por aí sem nenhuma palavra que arranhasse o silêncio. O tempo contido nas coisas, os dias aprisionados na ansiedade já não deslizavam pelo calendário. Esperança já nem suspirava. Não havia espera de nada, apenas a companhia corriqueira: ela e a solidão_ mão com mão, rostos sem face. Já não desejava amores nem intrigas de paixão alguma: sossegou-se na solitude aceitando aos poucos o tempo alargado para se preencher com improvisos, sem horários rígidos, sem avisos. Preencheu de paz o espaço novo do coração esvaziado. 

(Dizem que a Primavera chega trocando a roupa da paisagem). E no auge da sua descrença o dia amanheceu de novo. Quando não queria mais fugir de si mesma, foi surpreendida por uma voz de timbre limpo, olhos atenciosos e mãos que diziam coisas. Era alguém que tranqüilizava quando apenas sorria. Uma pessoa que trazia em si o amparo de tudo. Tinha o dom da conveniência e da clareza e pronunciava reciprocidade.

O fato resumindo é que o amor não era mais aquele estardalhaço. O amor era suave e tinha um jeito de penetrar sem invadir, de libertar no abraço. O amor não era mais aquela insônia, mas sonho bom na entrega ao desconhecido. O amor não era mais a iminência de um conflito, mas uma confiança na vida. E, pela primeira vez, o amor não carregava resquícios de abandono, pois havia descoberto: o amor estava ali porque ambos estavam prontos(O Tempo estava certo.)"

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Marla de Queiroz




quarta-feira, 15 de setembro de 2010

E eu achava que só existia dor...
Minha alma, sábia, trabalhou em silêncio, tecendo um novo momento.
E ele chegou!



“O tempo passa. O fôlego retorna. Parece milagre, mas as sementes de cura começam a florescer nos mesmos jardins onde parecia que nenhuma outra flor brotaria. A alma é sábia: enquanto achamos que só existe dor, ela trabalha, em silêncio, para tecer o momento novo. E ele chega.”

(Ana Jacomo)

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

... e eu ainda sou capaz.

Tanto tempo passou desde a última vez...

Ninguém mais mexia comigo. Olhares trocados, beijos dados, cama... e só! Dificilmente os sentimentos permaneciam... aliás, nem havia sentimento.

Sempre fiz questão de manter a amizade. Sempre fui contra os relacionamentos descartáveis! Mal sabia eu que tratava a mim mesma como descartável.

De repente, ele apareceu...
Não apareceu do nada. Ele já fazia parte da minha vida...
Aprendi a admirá-lo como amigo, colega... nem imaginava o que a vida reservava para mim.

No início quis evitar.
"Eu, apaixonada??? Jamais! No meu coração não cabe mais esse tipo de sentimento desenfreado."

Doce ilusão... a essa altura do pensamento, eu já estava inteiramente tomada pelo cheiro, pelo toque, pelo beijo... apesar de relutante, já estava completamente apaixonada!

Aceitei o sentimento...
depois disso, meu coração amoleceu, meu sorriso reabriu, minha feição ficou mais leve...
as pessoas ao meu redor se aproximaram mais...
até mais compreensiva eu fiquei...

Fraqueza?
Não...
Leveza!

O amor tirou de mim o peso do rancor, o peso da amargura e peso da mágoa.

Tinha esquecido o poder que uma paixão tem de transformar TUDO!
Não lembrava mais o arrepio que um toque e um beijo podem causar...

Só posso agradecer ao amor... por não ter desistido de mim!

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