domingo, 16 de outubro de 2011

Sobre os "ex-pais"...

A cada dia que passa me convenço mais de que deveria existir “ex-pai” e “ex-família” (vale “ex-mãe”, em alguns casos tb). Seria tão mais simples lidar com algumas coisas, algumas situações... No momento do divórcio, na divisão de bens, deveria haver a pergunta: “Quem vai ficar com os filhos?” e, logo após a pergunta, toda a lista de obrigações que estão inseridas nessa responsabilidade: - acordar todas as noites, pra ver se tá tudo certinho; - preocupar-se constantemente, a cada milésimo de segundo, com tudo o que diz respeito ao seu filho; - sustentar financeiramente, sem qualquer tipo de pensão, auxílio, bolsa, etc... - dar amor, carinho, atenção, limites ... e mais milhares de “coisas” diariamente.

Lógico que assumindo todas as obrigações... sobrariam para o responsável TODOS OS BENEFÍCIOS e ALEGRIAS que só quem CRIA pode sentir: - o sorriso no rostinho daquele ser que depende totalmente de você; - os gestos de carinho e amor retribuído seriam só daquele que CRIA; - os ensinamentos assimilados... (ouvir aquele: “Obrigada!”, “com licença”, “por favor”) seriam motivo de orgulho só pra uma pessoa;

Enfim...todas as responsabilidades seriam só da mãe (ou do pai, dependendo do caso). Mas as recompensas tb seriam só dela. Aquele outro ser, genitor, sumiria do mundo. Deixaria de existir na vida da criança.

Não sou psicóloga, nem especialista em educação, mas falo como mãe. Alguns sofrimentos seriam evitados. As crianças seriam poupadas de muitas humilhações. Sim, HUMILHAÇÕES! Acho uma falta de consideração alguém deixar uma criança plantada, esperando por uma visita, durante horas,dias... semanas. De repente, do nada, surge aquele “superman”, cheio de amor pra dar... e confunde a cabeça de uma criança.

Não há sofrimento maior pra uma mãe do que ver o seu filho sofrendo. Por isso, chegamos ao extremo de desejar SIM que o pai dos nossos filhos SUMA do mundo. Ou, até poderia continuar existindo, mas deveria ser proibido de chegar perto dos filhos... Assim como se desligaria de um “bem material”, deveria se desligar dos filhos.

Tenho certeza de que não sou a única mãe que pensa assim. Cada vez que vejo meus filhos chorando ou sofrendo, maldigo e abomino o dia em que conheci o pai deles.

Infelizmente, ainda não existem “ex-pais”, mas se “Deus ouve o desejo do meu coração”, como diz o meu pai (que aliás, é o maior exemplo de pai que pode existir)... ele vai tirar do coração dos meus filhos qualquer consideração que eles ainda têm pelo pai deles.

Não desejo mal pra ele,só desejo que ele não cause mais males à saúde mental e emocional dos meus filhos...